A perspectiva luterana cristã sobre o Carnaval no Brasil é marcada por uma tensão entre tradição cultural e ética religiosa. O Carnaval, profundamente enraizado na cultura brasileira, é celebrado com grandiosidade e fervor, mas para muitos cristãos luteranos, apresenta dilemas morais que conflitam com sua fé.
Encontro de Obreiros 2017
jul 6, 2017 | Notícias
06
JULHO, 2017
Pr. Marcelo Frosi
Igreja Miss. Luterana Fé e Vida
Passo Fundo / RS
Por influências do iluminismo e da modernidade, nós habitualmente olhamos para a história bíblica de forma fragmentada, mas segundo Michael Goheen, isso é um problema porque empobrece nossa fé, nossa missão e nossa vocação, podendo nos levar a caminhos errados e que levam gerações para serem corrigidos.
O que temos que entender é que a história bíblica ou metanarrativa bíblica é uma história única. Ela é a história de Jesus Cristo, narrada nas páginas da bíblia e na história da igreja até o momento presente e que avança para a sua consumação.
Trata-se da ação redentiva de Deus na história da humanidade, através de Cristo. Jesus é o eixo central de toda essa história que é única.
Assim nos disse o apóstolo Paulo em Colossenses 1.17: “Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste”, quando ensinava a igreja de Colossos sobre a supremacia de Cristo sobre todas as coisas.
“Subsiste”, do grego synestēken, significa unir, harmonizar, consistir. Em Jesus tudo se articula , tudo se integra, tudo se harmoniza. Tudo é coerente a partir dele: a vida, a existência, o presente, o futuro, o material, o imaterial. Tudo! Jesus é o princípio de coerência do mundo.
Toda a realidade se articula nele, segundo Paulo, e entender isso é entrar em contato com o verdadeiro chão da realidade.
Por exemplo, alguém pode ser um especialista em família, em gestão de pessoas, em história, etc, mas se não olhar para sua especialidade a partir de Cristo, então ainda não chegou no chão da realidade. Ainda está a tatear a verdade.
Jesus é o sentido maior que dá sentido a todos os outros sentidos. Sua história dá sentido a minha e a sua história.
O tema do Encontro de Obreiros 2017 foi “ISSO MUDA TUDO!” e, realmente, saber que há uma história maior por trás de tudo, muda tudo!
Mas muda tudo mesmo? Será? Que diferença fará para nossas rotinas, agendas, prioridades, aconselhamentos, pregações, alvos pessoais e ministeriais, famílias? Ouvir o que ouvimos muda o que, afinal?
Saber que há uma história maior, muito maior, que a sua própria história de vida e que existe um projeto, muito maior que os seus próprios projetos, muda o que?
Bom, para mim, saber que participo de uma grande história e que minha vida tem como pano de fundo a grande história redentiva que Deus está escrevendo através dos séculos, por meio de Cristo, faz muita diferença. No mínimo, me deixa não-ansioso quanto à pressão dos números e relatórios, e de ser medido por produtividade, pois não importa se a comunidade que pastoreio é grande ou pequena, se é do interior ou de um centro metropolitano, se tem poucos anos de existência ou se é centenária. Tudo é a grande e única história de Deus. Todos somos, afinal de contas, coadjuvantes nessa história onde o protagonista, que merece todo louvor e glória, é Cristo. Meu papel nessa grande história é fazer com que meu Senhor receba a maior glória possível no episódio da minha existência. “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co 4.2).
O problema é que continuamos olhando para a história bíblica de forma fragmentada. Olhamos com olhar ocidental, que fragmenta, e não judaico. Olhamos para história e vemos duas histórias: a de Deus (grande) e a nossa (pequena). Acontece que, normalmente, não vemos a nossa dentro da história maior ou como parte dela. Vivemos nossa história como se fosse algo paralelo à grande história de Deus, como se ela corresse ao lado da de Deus onde, às vezes, convergem e, muitas vezes, divergem.
O problema dessa maneira fragmentada de ver a história é que facilmente eu me pego usando Deus e instrumentalizando-o para fazer a história menor ter sentido. Deus é transformado apenas num adereço útil aos meus objetivos pessoais. Usamos Ele para conseguir coisas e satisfação pessoal, como uma espécie de teologia da prosperidade.
Isso é uma grande inversão, onde o fim de tudo não é Deus, mas, sim, eu. Quando focamos na história menor, perdemos de vista a grande história. E como recompensa colhemos o individualismo e o consumismo. Assim é na nossa vida e assim é na igreja.
Pense: Se for uma história única e pertencemos a ela, então temos que pensar como a história menor serve a história maior?
Temos que entender que toda nossa vida faz parte da grande história. Tudo é pra glória de Deus e não há nada que fique de fora da grande história de Deus. Nada! Não se pode haver bolhas seculares em nossas vidas, onde Deus não seja bem vindo ou que não tenha a ver com a grande história.
Certa vez, perguntaram para Karl Barth o que é o cristianismo. Ele respondeu: “O cristianismo é como uma cidade na expectativa de ataque do inimigo, nas trincheiras e, de repente, luzes, barulho, gritos, explosões e começam a chegar pessoas gritando para organizarem-se, por que o inimigo chegou, penetrou na cidade e já está avançando e conquistando a cidade”.
O homem é a humanidade entrincheirada no seu egoísmo, no seu individualismo, na sua razão, na sua autonomia. Dizendo: “Deus não apareça aqui”. Então, de repente, quando estamos tranquilos, vivendo exclusivamente para nossos prazeres e realizações, na busca da felicidade, acontece o ataque. “E o verbo se fez carne e habitou entre nós”. Deus veio até nós, encarnou – “tabernaculou”. Logo, surge a igreja anunciando que a invasão aconteceu e que a realidade mudou, dizendo que o que acreditávamos estava errado e que, agora, nós temos que nos organizar a partir dessa nova realidade. “O Verbo se fez carne”. Isso é cristianismo. É a grande história.
Se essa é uma história única, então, com certeza, a realidade mudou e ISSO MUDA TUDO!
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