O nosso Movimento começou com pequenos encontros de discipulado e estudo bíblico nas casas. Esses grupos começaram a crescer e mais casas foram necessárias para acolher todas as pessoas que o Espírito Santo estava acrescentando no Reino de Deus.

Discipulado – vontade de Deus para o povo de Deus
Chegamos ao último encontro do SOMA em 2019! Mas calma, em breve vamos nos ver de novo. Essa turma de jovens líderes estará conosco até 2021, recebendo mentoria e treinamento para aplicar em suas vidas, nas suas comunidades e também no processo de discipulado. Este último, inclusive, foi tema do nosso quarto encontro, para o qual os participantes tiveram que ler anteriormente o livro “Discípulo Radical” de John Stott.
O que é discipulado? Essa pergunta foi feita para os jovens do encontro e eles responderam com algumas palavras chave como: relacionamento, crescimento, intimidade, sacrifício, amizade, aprendizado, cuidado. De forma comum, criou-se no SOMA um conceito de discipulado: “uma pessoa com uma experiência de fé mais longa investe seu tempo de forma intencional em outra pessoa com uma caminhada de fé menor, compartilhando vivências e experiências espirituais, para que ambos sejam imitadores de Cristo”.
John Stott escreve que o discipulado genuíno é um discipulado sincero. A palavra “discípulo” ganha força quando comparada a palavra “cristão” porque a primeira estabelece uma relação de professor e aluno em que o discípulo está constantemente sendo disciplinado por Jesus através, também, da vida de outras pessoas. A palavra “radical” que consta no título do livro é derivada do latim radix = raiz, e se refere a indivíduos cujas opiniões vão às raízes e que são extremos em seu compromisso.
“Geralmente evitamos o discipulado radical sendo seletivos: escolhemos as áreas nas quais o compromisso nos convém e ficamos distantes daquelas nas quais nosso envolvimento nos custará muito. Porém, por Jesus ser Senhor, não temos o direito de escolher as áreas nas quais nos submetemos à sua autoridade.” (STOTT, John, 2010, p.11).
No decorrer do livro, o autor destaca oito características de um discípulo radical. A primeira delas é o inconformismo à cultura do nosso tempo e Stott escreve: “não devemos preservar nossa santidade fugindo do mundo nem sacrificá-la nos conformando a ele”. Neste contexto, um discípulo radical desenvolve uma contracultura cristã, para que outras pessoas possam engajar-se nela.
Na segunda característica, os discípulos são chamados a ser como Jesus em seu serviço, em seu amor, em sua resistência paciente e em sua missão. Essa obediência leva a três conseqüências práticas: o mistério do sofrimento, o desafio do evangelismo e a habitação do Espírito Santo. A terceira característica é a maturidade que significa ter um relacionamento de adoração, confiança, amor e obediência a Cristo, pois quanto mais pobre for o nosso conceito dele, mais pobre será nosso discipulado e o inverso também é verdade.
O cuidado com a criação é um mandamento e responsabilidade da Igreja como sinal de amor pelo Criador e expressão de adoração a Ele; o resultado dessa característica é a busca pela preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de recursos sustentáveis para o bem comum, cumprindo a ordem de Deus para cuidar e zelar pela sua criação. Para que os discípulos cuidem da criação, o autor os convida para viver um estilo de vida simples, “Deus quer que seus recursos sejam bem administrados e repartidos para o benefício de todos” e isso inclui um compromisso pessoal, da comunidade cristã, desenvolvimento internacional, justiça, política, evangelização e a volta do Senhor.
As últimas três características de um discípulo citadas pelo autor são: 1) o equilíbrio à luz de nossa santidade em Cristo, a qual Stott explica “se você se lembrar de sua identidade se comportará de acordo com ela”, como sacerdotes de Deus, seu povo escolhido – servos e estrangeiros nesta terra – somos chamados ao crescimento, comunhão, adoração, testemunho, santidade e cidadania; 2) somos totalmente dependentes de Deus para tudo na vida e a recusa em ser dependente mostra um sinal de imaturidade de um discípulo de Jesus; 3) como discípulos de Cristo, “não devemos subestimar o custo da morte, que por si só leva à vida. “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará.” – Marcos 8.34-35
Entre outros questionamentos, debates e conversas, o encontro terminou com a seguinte pergunta: Estamos produzindo discípulos maduros que imitam Cristo, constantemente servindo os outros? Se a resposta é “não”, então por que existimos? Jesus foi claro, realista e direto. Ele nos orientou a calcular bem o custo antes abraçar algo com o qual não nos comprometeríamos depois (Lc 14.25-33). Jesus está dizendo que quem realmente está disposto a tornar-se cristão vai andar no mesmo ritmo dele, vai seguir seus passos e fazer o que Ele fazia: discípulos.
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Heloisa Schmidt
Assistente de Comunicação e Marketing ME
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O nosso Movimento começou com pequenos encontros de discipulado e estudo bíblico nas casas. Esses grupos começaram a crescer e mais casas foram necessárias para acolher todas as pessoas que o Espírito Santo estava acrescentando no Reino de Deus.