O nosso Movimento começou com pequenos encontros de discipulado e estudo bíblico nas casas. Esses grupos começaram a crescer e mais casas foram necessárias para acolher todas as pessoas que o Espírito Santo estava acrescentando no Reino de Deus.

Experiência com a cultura norueguesa em Oslo
São exatos dois meses desde que saímos do Hald e começamos nosso período de estágio. Cada um foi para o seu canto: norueguêses se espalharam pelo mundo e nós, internacionais, pela Noruega. Como você já deve saber, os brasileiros do Connect estão divididos em duas cidades: Trondheim e Oslo. Trondheim, da famosa e imponente Catedral de Nidaros, cidade que foi capital da Noruega na Era Viking. E Oslo, a atual capital, centro econômico e político do país, moderna, provocativa e inovadora, do Parque Frogner e do novo Museu Much – inaugurado mês passado aliás!
Estávamos todos ansiosos e animados para começar nosso trabalho,
dar um boost no aprendizado do norueguês e experimentar
a cultura do país que nos adotou por um ano.
Ao menos eu estava. É difícil passar
um mês e meio no Hald e não sair animado com essas coisas.
Mas aí eu vim pra Oslo. E as casinhas vermelhas de madeira ao redor dos fiordes no litoral deram lugar aos prédios de tijolos ou de metal; as ruazinhas tortas e estreitas de calçamento foram substituídas por avenidas movimentadas entrecortadas por bondes e sinaleiras; e ao invés de passarmos pelo Matkroken quando íamos passear, nos acostumamos a circular o Palácio Real, o Teatro Nacional e o Parlamento. É tudo tão urbano, tão moderno, tão agitado, tão… não norueguês.
Eu e o Léo estamos trabalhando numa igreja aqui, a Oslo International Church, que, como o nome já diz, é internacional. Não é a norske kirke. É uma igreja diferente, de língua inglesa, com um pastor brasileiro e com gente de tudo que é canto do mundo. Isso foi outra coisa que me golpeou pesado porque ia na contramão das minhas expectativas.
Eu queria experimentar a cultura e a língua.
Acredito que isso é importante no processo do intercâmbio.
E eu sabia que Oslo seria diferente das outras cidades.
Eu sabia que poderia me frustrar.
E foi isso que aconteceu… num primeiro momento.
Como eu vou experimentar a cultura norueguesa quando divido apartamento com um brasileiro, moro numa região de imigrantes paquistaneses, frequento uma igreja internacional e tenho praticamente todas as minhas atividades com internacionais? A gente nem fala norueguês aqui! Essas coisas passam toda hora na minha cabeça. Talvez ficar em Oslo seja perfeito pra outra pessoa. Mas não é pra mim. Era a única cidade pra a qual eu não queria vir, já que eu sabia que seria assim. Oslo é uma megalópole européia, não é uma típica cidade norueguesa.
Mas tinha algo que eu não sabia. Eu não sabia que as pessoas aqui seriam tão legais e fariam tanta diferença. De verdade, eu não queria vir pra Oslo, e agora, não quero ir embora. E ter que dizer adeus às pessoas que conheci aqui daqui a alguns meses já é uma ideia que me preocupa hoje.
- “Você consegue perceber pelo meu dialeto que eu sou da região de Stavanger?”
- “Você já provou Julebrus (refrigerante de Natal)? O MELHOR é o de Lillehammer, da minha região!”
- “Você tem que comprar esse queijo aqui! Todo norueguês sabe que esse é o queijo certo!”
- “Sim! Nós adoramos acender essas velas e criar um ambiete aconchegante. Nós temos um conceito pra isso: koselig.”
- “Você sabe tricotar?”
- “Ah! No Natal minha família sempre faz Pinnekjøtt. É tradicional do oeste da Noruega, e minha família é de lá.”
- “É estranho, eu sei. Mas noruegueses comemoram o Natal no dia 24 e não no dia 25. Isso é porque na escuridão do inverno…”
- “This is a Moca Master. Every norwegian must have at least one Moca Master. We have two.”
Essas são coisas que eu ouço toda a hora e adoro escutar as pessoas contando sobre suas tradições familiares ou preferências regionais. Sempre que o assunto desemboca nesse tema eu faço de tudo pra evitar que alguém consiga mudar de assunto (heheh). Ouvir pessoas é muito mais legal do que ler coisas em placas ou páginas esquecidas.
Estou aprendendo que Oslo é Noruega também.
Não é a Noruega da Era Viking ou da união com a Dinamarca.
É a Noruega de hoje, bem no centro das discussões
sobre identidade, imigração e desigualdade econômica.
É desafiador apreciar e aprender sobre a cultura norueguesa em Oslo. É desafiador porque questiona os nossos preconceitos sobre “pureza cultural”, sobre identidade nacional e sobre o que é norueguês afinal de contas.
A gente não experimenta muita coisa em primeira mão. Mas a gente fala sobre. A gente pergunta. A gente depende do que as pessoas nos contam. E elas contam histórias maravilhosas. E quer saber? Talvez seja um privilégio poder experimentar e aprender sobre a cultura através de pessoas, porque fatos e informações nós aprendemos e esquecemos, mas pessoas, pessoas nos marcam e deixam memórias para o resto da vida.
Por: Sidinei Schmidt
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O nosso Movimento começou com pequenos encontros de discipulado e estudo bíblico nas casas. Esses grupos começaram a crescer e mais casas foram necessárias para acolher todas as pessoas que o Espírito Santo estava acrescentando no Reino de Deus.